Relator da reforma da Previdência diz que negociações para votar a PEC estão no \'melhor momento\'

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06/12/2017

Relator da reforma da Previdência Social na Câmara, o deputado Arthur Maia (PPS-BA) afirmou nesta quarta-feira (6) que as negociações para votar a emenda constitucional estão no "melhor momento".

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O deputado conversou com jornalistas após deixar o café da manhã oferecido pelo presidente Michel Temer a líderes governistas para contar os votos favoráveis às mudanças nas regras previdenciárias.

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O encontro foi mais uma tentativa de Temer para contornar as resistências em torno da reforma da Previdência e tentar aprovar, ainda em 2017, as alterações nas aposentadorias. Além do relator e de líderes da base aliada, participaram do encontro o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ministros e o secretário nacional da Previdência Social, Marcelo Caetano.

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Ao deixar o encontro no Palácio da Alvorada, Arthur Maia disse que o "engajamento tem crescido" entre os líderes aliados, mas que ainda não sabe quando a matéria será submetida à votação no plenário da Câmara.

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"O engajamento tem crescido. Estamos no melhor momento desde que se iniciou essa reforma. Eu acredito que os líderes estão convencidos e nós caminhamos para ter uma votação e uma aprovação dessa matéria" (Arthur Maia)

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A Proposta de Emenda Constitucional que altera as normas previdenciárias foi enviada pelo governo ao Congresso Nacional em dezembro de 2016.

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O texto chegou a ser aprovado, em maio, pela comissão especial criada na Câmara para discutir o assunto, mas, em razão das denúncias dos executivos do grupo J&F, a emenda constitucional acabou ficando em segundo plano até o presidente da República conseguir se livrar das duas denúncias apresentadas pelo Ministério Público.

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O ministro Gilberto Kassab participou de café da manhã no Palácio da Alvorada no qual foram contados os votos para aprovar a reforma da Previdência (Foto: Alessandra Modzeleski, G1)

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'Balanço favorável'

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Um dos integrantes do primeiro escalão que participaram do café da manhã na residência oficial da Presidência, o ministro Gilberto Kassab (Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações) corroborou o discurso de Arthur Maia de que o encontro gerou um saldo positivo.

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"O balanço é bastante favorável, melhora bastante a possibilidade de votação. Acho que as capacidades de votação e aprovação são muito grandes hoje. É evidente que caberá ao presidente da Câmara avaliar e colocar ou não em pauta. Até porque todos nós temos um compromisso de colocar em votação na medida que tivermos certeza da sua aprovação", ponderou Kassab, que é presidente licenciado do PSD.

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O ex-prefeito paulistano afirmou que o PSD está discutindo a possibilidade de fechar questão, ou seja, orientar a bancada a votar a favor da reforma da Previdência sob o risco de punição aos parlamentares, como a expulsão da sigla.

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"Os deputados estão se convencendo da importância deste projeto. Hoje, nós temos 15 parlamentares que estão plenamente convencidos e dez discutindo, de 38. É um número positivo e acreditamos que nos próximos dias vamos ter uma posição consolidada", avaliou.

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Reunião tucana

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Após o café da manhã com Temer no Palácio da Alvorada, o relator da reforma e o secretário da Previdência Social, Marcelo Caetano, se dirigiram a um encontro da executiva nacional do PSDB e da bancada tucana na Câmara.

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O PSDB, que deve oficializar a saída da base aliada neste sábado (9) em sua convenção nacional, tem dito que apoia mudanças nas regras previdenciárias, mas sugere ajustes na proposta defendida pelo governo federal. Os votos dos tucanos são considerados essenciais para a aprovação da reforma.

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A presença de Arthur Maia e Marcelo Caetano na reunião da executiva do PSDB é uma tentativa de tirar dúvidas de parlamentares tucanos sobre os principais pontos da reforma.

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"Eu, como relator, tenho procurado conversar com as bancadas. Hoje mesmo vou me reunir com o PSDB e outros partidos para discutir e explicar a importância dessa aprovação", disse Arthur Maia ao deixar o café da manhã oferecido por Temer.

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'Não adianta atropelar'

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Segundo o Blog da colunista do G1 Andréia Sadi, o presidente da Câmara disse a aliados nesta terça-feira (5) que só vai pautar a reforma da Previdência no momento em que estiver certo de que há, pelo menos, os 308 votos necessários para aprovar a PEC na Casa.

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Ainda de acordo com o Blog, o presidente da Câmara disse aos deputados que não vai anunciar uma data para depois dizerem que ele recuou do compromisso. Por isso, o deputado do DEM repete que está fazendo conta, voto a voto, e que "não adianta atropelar".

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